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6 de setembro de 2015

O FOTÓGRAFO VITOR NOGUEIRA EXPLORA TEXTURAS DO LITORAL NORTE DO ESPÍRITO SANTO


"Sempre compreendo o que faço depois que já fiz. O que sempre faço nem seja uma aplicação de estudos. É sempre uma descoberta. Não é procurado. É achado mesmo". O trecho do poema de Manoel de Barros, em sua poesia intitulada, Pintura é citado pelo fotógrafo Vitor Nogueira para explicar seu processo de criação, pois foi dessa forma que nasceu seu mais recente trabalho. "A princípio não sabia exatamente do que se tratava aquele tema fotográfico e me centrava exclusivamente na composição estética das fotografias. Melhor, nem sabia que elas poderiam formar um conjunto expressivo dentro de um possível tema, mas me dediquei compulsivamente a elas", revela o fotógrafo. Para ele, "a incógnita e a supresa, transmitidas na solidão daquelas elementos junto à imensidão das paisagens recortadas dentro do visor da câmara eram, na verdade, os motores, a justificativa da emoção desperdebida que me motivavam, cada vez mais, a garimpar essas fotografias a serem expostas agora. Foram dezenas delas e a exposição é uma seleção de algumas".  

Distante do chão, o fotógrafo Vitor Nogueira apontou suas lentes para as belas imagens presentes na Exposição Grafias Intangéveis, mostra que integra as quinze fotografias, em tamanho 90x60cm, em branco e preto, tiradas do litoral norte do Espírito Santo, em voo de 100 Km, expostas na Oá Galeria, em Vitória. Sobrevoando com a porta aberta para facilitar as tomadas feitas invariavelmente de passagem sobre as paisagens, Vitor Nogueira coletou em meio à imensidão de areias e águas, alguns elementos gráficos que pudessem ajudar a compor a aparente solidão daqueles espaços. "As fotos retratam a temática da solidão, pois mesmo em ambientes amplos, pasiagens grandes, eu recortei ali detalhes que dizem muito. A exposição é construída em cima de três pilares, a solidão, a incógnita e a surpresa. De início observa-se o mar, a extensão da areia e um detalhe que soa como uma incógnita, até você descobrir o que ele realmente é. Daí vem a surpresa", assinala. Os detalhes dos quais relata são pessoas em tamanhos minúsculos, sombrinhas fincadas na areia, barcos, pessoas deitadas tomando banho de sol. O branco e o preto das fotografias foi uma opção do artista, que, em sua concepção, ressalta o resultado revelado em cada uma das imagens, "aprofunda o sentimento nas imagens e força a busca pelo objetivo. Sem as fortes cores do mar e da areia, o homem e o objeto relacionado ao humano se perdem na imagem como estavam de fato perdidos lá embaixo, na imensidão das praias". Todas as imagens que compõem a mostra surgem acompanhadas por textos poéticos do escritor carioca, radicado no Espírito Santo, Caê Guimarães.



SOBRE VITOR NOGUEIRA | Jornalista e fotógrafo iniciou sua vida profissional em 1977. Realizou exposições fotográficas sobre temas sociais e culturais. Entre elas destacam-se os projetos, Negros do Espírito Santo em que registra as inúmeras manifestações culturais e folclóricas desta população; Paneleiras de Goiabeiras, que retrata a fabricação manual da panela de barro, típico utensílio da culinária capixaba tombado como patrimônio imaterial da humanidade; e, Índios, projeto que desenvolveu por seis anos, percorrendo aldeias indígenas do estado do Mato Grosso. Vitor Nogueira publicou os livros, São Pedro do Itabapoana, em que registra o patrimônio cultural e arquitetônico dessa pequena vila localizada no sul do estado do Espírito Santo e, Impressões, registro de seu olhar sobre o estado do Espírito Santo. 



VÁ LÁ | Exposição Grafias Intangíveis
ONDE | Na Oá GaleriaRua Aprígeio de Freitas, 240, Consolação - Vitória
VISITAÇÃO Até 26 de setembro de 2015. De segunda a sexta, das 11 às 19h. Aos sábados somente com agendamento.

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