VITÓRIA DE BAIRRO A BAIRRO
Vitória é um município insular, composto por uma área continental e outras 34 ilhas. Inicialmente o município era constituído por mais de cinquenta ilhas. Muitas delas foram, porém, agregadas à área continental por meio de aterros implementados desde o período colonial. O município de Vitória é constituído por 80 bairros, distribuídos em nove regiões administrativas, totalizando 319.163 habitantes. Desde a divulgação dos resultados do Censo 2010, a Prefeitura Municipal de Vitória, por meio da Gerência de Informações Municipais, vem apresentando indicadores da capital capixaba. O documento "Vitória Bairro a Bairro 2013" apresenta dados relativos às características da população capixaba.
REGIÃO ADMINISTRATIVA 1 | CENTRO
DADOS SOCIOECONÔMICOS
POPULAÇÃO (Censo 2010) | 19.611 habitantes
RENDA MÉDIA (Censo 2010) | R$ 1.425,82
NÚMERO DE BAIRROS | 08
CENTRO
O centro da capital caracteriza-se por apresentar um importante patrimônio arquitetônico onde tomou forma a vida política e comercial do Espírito Santo. Sítio histórico que melhor armazena o passado, o centro de Vitória congrega toda a região da avenida Jerônimo Monteiro (antiga rua da Alfândega), artéria-central da cidade que liga as regiões norte e sul e, seu entorno com suas centenárias divisões: a Cidade Alta, com ruas e recantos que preservam histórica qualidade de vida, bem como os espaços político-administrativos; e, a cidade baixa, onde impera o movimento comercial. A Cidade Alta foi o primeiro perímetro urbano ocupado na Ilha de Vitória, por influência do padre jesuíta, Afonso Brás. A expansão da vida urbana na cidade baixa ocorreu posteriormente quando o centro de Vitória começou a ter seu desenho arquitetônico construído de acordo com a necessidade de defesa contra as tentativas de invasão das naus europeias. Objetivando a proteção da ilha, constroem-se, então, o Forte de São João, localizado na curva do Saldanha; o Forte de São Diogo, atual escadaria que liga a Praça Costa Pereira com a Cidade Alta; o Forte de São Inácio; e, o fortim Nossa Senhora do Monte do Carmo, localizado entre o Cais Grande e o Cais do Santíssimo. Sob a grandiosidade do Penedo, o Centro, que outrora transportava seus habitantes por bonde de tração animal e elétrico, guarda igrejas seculares, escadarias imponentes, fortes, ruas, monumentos e edificações históricas. O poeta Fernando Tatagiba, em sua crônica Cadeiras na Calçada, assim expressa seu sentimento pelo centro: "Uma cidade vive em torno de seus bares, das luzes e dos loucos nas mesas das calçadas. Vitória já vivenciou muitos momentos com os mágicos tempos da Sorveteria Pinguim, do Bar Sagres, do Bar Estrela, do Elite, do Dominó, da Lanchonete Petrópolis e Canaã. Uma multidão, ao longo dos anos, sentou, dançou, bebeu, amou e dormiu naquelas mesas, naquelas sombras. O Britz viveu seus últimos instantes de folguedo. Houve lágrimas e lances dramáticos, mas a vida continua. E como uma cidade não pode morrer, outros bares-lares boêmios surgirão e também se eternizarão". A partir da década de 1920, o Centro passou por uma significativa transformação, com a valorização da lavoura do café. Segundo Jane de Biase Martins, a avenida Jerônimo Monteiro é hoje a vitrine que mostra as duas grandes rupturas arquitetônicas do Centro. A primeira ocorrida no início do século XX, quando o estilo eclético procurava negar o passado colonial, e, a segunda, a partir da década de 1960, quando edifícios de vários andares passaram a ocupar seus quarteirões. Nota-se a presença da dimensão religiosa na arquitetura que caracteriza o Centro quando observa-se o Colégio Santiago; a Igreja de São Gonçalo, datada de 1707, que abriga a devoção à São Bendito; a Matriz de Nossa Senhora da Vitória; a Capela Santa Luzia, considerada a construção mais antiga de Vitória; a Igreja do Rosário, datada de 1765; a Capela Nossa Senhora das Neves; a Igreja do Carmo; e, a Catedral Metropolitana de Vitória, projetada em estilo neogótico pelo desenhista e paisagista Paulo Motta. O historiador Elmo Elton, no livro Logradouros Antigos de Vitória destaca as antigas ruas centrais da ilha, com especial atenção para aquelas localizadas no centro da capital, como, por exemplo, as ruas 13 de Maio, 7 de setembro, Caramuru, Duque de Caxias, Barão de Monjardim, e, em especial a José Marcelino (antiga rua Grande), que marca o ponto inicial do povoamento do Centro. Nota-se no bairro a presença de praças edificadas como espaços de lazer, com destaque para a Praça Costa Pereira, espaço eclético, pautado por mobilizações políticas e manifestações públicas e religiosas; a Praça Oito, que tem como marca o relógio idealizado pelo artista alemão Ricardo Schörling; e, a Praça João Clímaco, localizada em frente ao Palácio Anchieta. As escadarias localizadas no centro emolduram suas ruas e alamedas das cidades alta e baixa, com destaque para a Escadaria Maria Ortiz, projetada por Henrique de Novaes e datada de 1924; a São Diogo; a Bárbara Lindemberg e a Cleto Nunes. Preservando a memória de Vitória, o Centro guarda também o Teatro Carlos Gomes; o Palácio Anchieta, que data do século XVI; o Mercado da Capixaba; o Teatro Glória; o Arquivo Municipal; o Palácio Domingos Martins; a Fafi, projetada pelo arquiteto tchecoslovaco Josef Pitilick; o Museu de Arte do Espírito Santo (MAES), as residências da rua José Marcelino; e, a Escola Maria Ortiz, todos bens tombados pelo Patrimônio Cultural e Arquitetônico do Estado.
ILHA DO PRÍNCIPE
A Ilha do Príncipe passou a ser integrada à área continental do município de Vitória a partir da construção da Ponte Florentino Avidos. A expansão de seu território foi implementada por meio de vários aterros realizados do final da década de 1920 até os anos de 1980. As primeiras moradias feitas de sapê contribuíram para o surgimento do bairro, num processo de ocupação por invasão. No artigo intitulado, Revolução Urbanística em Vitória, a Revista Capixaba, em sua edição de número 17, de julho de 1968, assim descreve a região: "A Ilha intitulado, Revolução Urbanística em Vitória, a Revista Capixaba, em sua edição de número 17, de julho de 1968, assim descreve a região: "A Ilha do Príncipe sempre foi uma das áreas mais feias de Vitória, uma região de extrema pobreza, onde as invasões, nunca coibidas, ajudaram a proliferar um aglomerado, sem qualquer planejamento urbano e de higiene". Registra-se que até o final da década de 1970, a região ainda era utilizada como depósito de lixo e bota-fora de desaterro. O total da área de aterro implementado para a expansão territorial do bairro é de quase quatro vezes a superfície original da ilha. Em 1977 inicia-se na região o projeto de acesso à Segunda Ponte e a construção do Terminal Rodoviário de Vitória. Soma-se a essas obras a construção de um centro comercial. A atual parte residencial da Ilha do Príncipe é uma área com elevado índice de densidade ocupacional.
A Ilha do Príncipe passou a ser integrada à área continental do município de Vitória a partir da construção da Ponte Florentino Avidos. A expansão de seu território foi implementada por meio de vários aterros realizados do final da década de 1920 até os anos de 1980. As primeiras moradias feitas de sapê contribuíram para o surgimento do bairro, num processo de ocupação por invasão. No artigo intitulado, Revolução Urbanística em Vitória, a Revista Capixaba, em sua edição de número 17, de julho de 1968, assim descreve a região: "A Ilha intitulado, Revolução Urbanística em Vitória, a Revista Capixaba, em sua edição de número 17, de julho de 1968, assim descreve a região: "A Ilha do Príncipe sempre foi uma das áreas mais feias de Vitória, uma região de extrema pobreza, onde as invasões, nunca coibidas, ajudaram a proliferar um aglomerado, sem qualquer planejamento urbano e de higiene". Registra-se que até o final da década de 1970, a região ainda era utilizada como depósito de lixo e bota-fora de desaterro. O total da área de aterro implementado para a expansão territorial do bairro é de quase quatro vezes a superfície original da ilha. Em 1977 inicia-se na região o projeto de acesso à Segunda Ponte e a construção do Terminal Rodoviário de Vitória. Soma-se a essas obras a construção de um centro comercial. A atual parte residencial da Ilha do Príncipe é uma área com elevado índice de densidade ocupacional.
REGIÃO ADMINISTRATIVA 2 | SANTO ANTÔNIO
DADOS SOCIOECONÔMICOS
POPULAÇÃO (Censo 2010) | 35.261 habitantes
RENDA MÉDIA (Censo 2010) | R$ 649,84
NÚMERO DE BAIRROS | 12
SANTO ANTÔNIO
Próximo do centro da capital, o bairro de Santo Antônio é considerado o mais antigo da cidade de Vitória. Reduto de músicos e artistas, de famílias tradicionais de origem italiana e cercado por seis cemitérios, Santo Antônio possui uma das mais impressionantes vistas do lado oeste da baía de Vitória. Dividido em três áreas, baixada (parte situada no "pé do morro"), draga (ou prainha) e maré (local onde ainda restam algumas palafitas) e com perfil tradicionalmente residencial, o bairro é constituído por casas baixas e antigas. A maioria dos residentes são proprietários que moram há anos no mesmo endereço. O comércio é incipiente. Há alguns bares, mercearias, açougues e padarias. Um só banco. Indústrias não há. Berço de artistas, o bairro é gloriosamente representado por Jocarli Vasco, do Trio Caiçara; pelo flautista Carlos Poyares; pelo cantor Lauro Guruçá; pelo violonista Ormy Vandormi; pelo professor de violão, Darciano; por Dari do Cavaquinho; Ailton Borges, o "Jacó do Bandolim" da região; pela filósofa Viviane Mosé; pela atriz Márcia Guadio; pela cantora Andréa Ramos; pelo escultor Tião Fonseca; pelo pintor Zenaider Rios; pelo maestro Cláudio Modesto; pelo cavaquista Aquiles Siqueira; pelo também maestro Lauro Coimbra; pelo percussionista Batchá. A referência artístico-musical encontra-se centrada na figura do violonista, Sebastião Modesto dos Reis. Nos idos de 1940, Santo Antônio era servido de bondes e possuía estrada para automóvel: a Estrada do Contorno, concluída em 1943. O bairro ainda preserva a tradição religiosa, herança dos padres pavonianos e das famílias italianas que influenciaram a vida na comunidade. Destacam-se a Igreja Matriz e o Santuário de Santo Antônio. Para a construção do Santuário de Santo Antônio, que veio substituir a Igreja Matriz, pequena para o número de fiéis, adotou-se o modelo do templo de Nossa Senhora da Consolação, da cidade de Todi, na Itália. O projeto é a cruz grega e o estilo arquitetônico que apresenta características renascentistas. A restauração foi realizada no período de 1995 a 1997, pelo italiano Alberto Bogani, quando ganhou as atuais pinturas em afrescos. O bairro possuia como destaque o Clube Náutico Brasil, fundado no ano de 1921, que teve seu auge nas discotecas da década de 1930; o Clube Caiçara; a Escola de Samba Novo Império, fundada em 20 de dezembro de 1956, a partir da extinta Império da Vila; o Santo Antônio Futebol Clube, que foi tricampeão estadual na década de 1950; o Centro Cultural Carmélia Maria de Souza; o Cais do Hidroavião, inaugurado na década de 1940 para receber vôos da rota aérea que ligava Vitória ao Rio de Janeiro até o pós-guerra; a Prainha, antes um atracadouro de barcos de pesca. Há seis cemitérios no bairro, incluindo o mais antigo da capital, o da Irmandade de São Benedito do Rosário. O Sambão do Povo, espaço destinado ao Desfile das Escolas de Samba no carnaval de Vitória e o Parque do Tancredão, localizado ao lado da rodoviária, com campo de futebol, quadras de vôlei, calçadão, pista de skate, bar e brinquedos, compõem a atual estrutura cultural-esportiva do bairro. Reduto do futebol, do samba, das manifestações religiosas, dos bailes, das tradicionais festas juninas, dos blocos carnavalescos, do Restaurante Mar e Terra, o bairro de Santo Antônio passa por mudanças culturais que atualmente inclui o universo do funk-pancadão no espaço da Escola de Samba Novo Império. Adriana Bravin, na Coleção Elmo Elton, publicação destinada à memória e história do bairro, destaca: "A barbearia de Mário Tesoura era o ponto de encontro dos homens do bairro. Ali se falava de tudo. Quem melhorou de vida, quem comprou carro novo, reformou a casa, colocou filho no colégio caro... Os homens 'fofocavam' mais que as mulheres. Foi então que o carpinteiro Jair Có apareceu com um pedaço de madeira em forma de língua e resolveu fundar o Clube da Língua, uma agremiação composta exclusivamente por homens, com sócio-remido e tudo, e que todo dia 25 de dezembro se reunia para uma confraternização. Não era um clube como os outros, onde as pessoas se encontravam para jogar ou dançar. O espírito do Clube da Língua era falar mal, e muito mal, da vida alheia e dos próprios sócios. Os requisitos para fazer parte do clube eram: ser casado e ter condições de dar uma festa para os outros sócios se 'tirar a língua' no final do ano. 'Tirar a língua' correspondia a apostar em um número de 1 a 25 (jogo do bicho) e acertar. Outro clube que fez história em Santo Antônio foi o Clube do Milhone. Fundado pelo alfaiate Casemiro Fonseca, era formado por amigos que toda Semana Santa se reuniam com o alfaiate para tomar o milhone, uma bebida feita de uma raiz. Depois de preparada, a bebida devia ser tomada na sexta-feira da paixão para 'fechar o corpo'".
CARATOÍRA
Na linguagem indígena, Caratoíra significa Montes Altos. O bairro, situado entre Santo Antônio, Morro do Alagoano, Mário Cipreste, Vila Rubim e Ilha do Príncipe possui uma parte alta (Alto de Caratoíra) e outra baixa. Caratoíra surgiu por volta da década de 1920, a partir da ocupação feita por trabalhadores ligados ao Porto de Vitória. A ocupação inicial foi feita por 48 famílias que ocuparam a área de um antigo cemitério abandonado. À época o bairro só possuía duas pequenas vendas e alguns barracos de madeira. Posteriormente instalou-se, na região, uma "gusa" de carvão (combustível utilizado nos fogões e ferros de passar roupa) e as residências foram aos poucos sendo substituídas por construções de alvenaria. As ruas passaram a ser pavimentadas entre 1962 e 1963, período em que o saneamento básico do bairro foi finalizado. O bairro, que tem cerca de 90 anos, abriga o Clube Naútico Brasil, fundado na década de 1920; a Escola de Samba Novo Império, constituída em 1956; e, dois antigos blocos de Carnaval, o Tô na Fofoca e o Virgens de Caratoíra. A tradicional Feira de Artesanato, realizada semanalmente, às sextas-feiras, contribui no fomento à geração de renda de cinquenta artesãos que expõem seus trabalhos no espaço. Imagens do bairro podem ser observadas na exposição fotográfica "Ruas, becos e vielas", por meio de um projeto idealizado pela comunidade. Alguns moradores caracterizam o perfil do bairro como "marcadamente tranquilo". No trabalho "A cidade sob o olhar da periferia: aspectos do cotidiano dos moradores do Morro do Alagoano", de Ana Maria Leite de Barros, Vitória: UFES, 2010 é possível conhecer a realidade do bairro sob os aspectos geográfico e sociocultural.
REGIÃO ADMINISTRATIVA 3 | JUCUTUQUARA
DADOS SOCIOECONÔMICOS
POPULAÇÃO (Censo 2010) | 34.141 habitantes
RENDA MÉDIA (Censo 2010) | R$ 1.217,69
NÚMERO DE BAIRROS | 14
FRADINHOS
Antiga aldeia indígena que guarda evidências da presença da cultura pataxó, Fradinhos constitui um dos quatro sítios arqueológicos existentes no município de Vitória. Estudos históricos indicam que durante o período pré-cabralino, anterior à presença dos jesuítas no país, o bairro atenderia pela denominação geral de Jucutuquara. O nome Fradinhos só surgiu por volta de 1750. Conta-se que havia na localidade uma criança que ficou muito doente e que por ter tido a saúde restabelecida passou a vestir-se como um frade, por causa de uma promessa feita pela família. Outra versão que justificaria o nome do bairro refere-se ao Pico Frei Leopardi (Pedra dos Olhos) que, quando visto de um ponto a sudoeste, se assemelha a um padre encapuzado. De área rural, cortado por um córrego de águas cristalinas, Fradinhos inaugurou-se como bairro a partir dos movimentos fundiários. O processo de urbanização foi iniciado na década de 1970, com a construção do conjunto habitacional intitulado "pombal", constituído de casas populares de cor branca, no estilo duas águas, com um único pavimento. A partir de 1980, a ocupação do bairro passou a ser motivada pelo desejo de se morar num lugar ecologicamente sustentável. Embalados pelo movimento "onda verde", fortalecido no período pós-ditadura militar, as pessoas passaram a se preocupar com a qualidade de vida, e muitas delas encontraram em Fradinhos as condições para vivenciar essa nova atitude. Com a chegada de uma classe média com maior poder aquisitivo, o bairro passou a ostentar uma mudança radical no padrão de construção de suas moradias. Fradinhos possui a maior concentração de área verde que restou da Mata Atlântica no município de Vitória. Situa-se numa ramificação do Maciço Atlântico, conhecido como Maciço Vitoriense ou Maciço Central de Vitória, caracterizado por cumes arredondados, de constituição granítico-gnáissica, resistente à intempéries e modificado pela ação humana. A região é constituída por uma cortina natural formada pela Pedra dos Olhos e pela reserva florestal do Parque Estadual da Fonte Grande. O Parque foi criado em 31 de julho de 1986, numa área de 21.800 metros, tendo como limites, ao norte, o bairro São Pedro; ao sul, o centro da cidade de Vitória; a leste, Jucutuquara e; a oeste, os bairros de Santo Antônio, Caratoíra e Boa Vista. O ponto mais alto do Parque registra a altitude de 308 metros. A diversidade das manifestações religiosas caracteriza a cultura da fé presente no bairro. As religiões de origem africana edificaram espaços para a prática de seus rituais. Benzedeiras também são encontradas por lá. Uma instituição com foco "no caminho espiritual como filosofia de vida", fundada na década de 1970, desenvolve a prática da meditação. Evangélicos e católicos também marcam presença. Caracterizado pelo bucolismo, natureza exuberante, cultivo do silêncio e pela presença de moradores que optaram por residir no bairro em função da qualidade de vida, Fradinhos destaca-se por ser uma localidade primordialmente residencial, com pequenas opções comerciais.
GURIGICA
Localizado à leste do município do Vitória, o bairro de Gurigica é constituído pelas comunidades de Constantino, Floresta e Jaburu, que juntas foram a Grande Gurigica e somam aproximadamente seis mil habitantes. A trajetória da ocupação clandestina na região de Gurigica, anteriormente denominada Jaburu, teve seu início a partir de 1945. Sua efetivação deu-se em 1954, período que marcado pelo processo de urbanização dos antigos mangues, localizados onde hoje se encontram as Avenidas Vitória e Leitão da Silva. A expansão dos aterros e o avanço da urbanização começou a provocar o deslocamento da população local que foi se instalando para encostas da Fazenda Baixada da Égua, desencadeando as primeiras invasões na região onde hoje se localiza o Morro do Jaburu. As invasões aconteceram inicialmente nas regiões baixas por ser me melhor acesso a próximas ao centro da cidade. Posteriormente, com a ocupação já acentuada na parte baixa, as encostas foram dando lugar aos assentamentos. Segundo as declarações de moradores da região, os primeiros moradores da região da Fazenda Baixada da Égua foram os migrantes do Nordeste que vinham ao Estado em busca de oportunidades de emprego. Na memória dos moradores do bairro há o tempo em que os macacos, ainda presentes na mata remanescente, tomavam conta da região. As casas eram iluminadas por lamparina e a água chegava em latas trazidas na cabeça.
GURIGICA
Localizado à leste do município do Vitória, o bairro de Gurigica é constituído pelas comunidades de Constantino, Floresta e Jaburu, que juntas foram a Grande Gurigica e somam aproximadamente seis mil habitantes. A trajetória da ocupação clandestina na região de Gurigica, anteriormente denominada Jaburu, teve seu início a partir de 1945. Sua efetivação deu-se em 1954, período que marcado pelo processo de urbanização dos antigos mangues, localizados onde hoje se encontram as Avenidas Vitória e Leitão da Silva. A expansão dos aterros e o avanço da urbanização começou a provocar o deslocamento da população local que foi se instalando para encostas da Fazenda Baixada da Égua, desencadeando as primeiras invasões na região onde hoje se localiza o Morro do Jaburu. As invasões aconteceram inicialmente nas regiões baixas por ser me melhor acesso a próximas ao centro da cidade. Posteriormente, com a ocupação já acentuada na parte baixa, as encostas foram dando lugar aos assentamentos. Segundo as declarações de moradores da região, os primeiros moradores da região da Fazenda Baixada da Égua foram os migrantes do Nordeste que vinham ao Estado em busca de oportunidades de emprego. Na memória dos moradores do bairro há o tempo em que os macacos, ainda presentes na mata remanescente, tomavam conta da região. As casas eram iluminadas por lamparina e a água chegava em latas trazidas na cabeça.
JESUS DE NAZARETH
JUCUTUQUARA
À sombra da Pedra dos Olhos (Pico Frei Leopardi), o mais alto da Ilha de Vitória, com 296 metros de altura, localizado nas antigas terras da fazenda e outrora guia dos navegantes, nasceu o bairro de Jucutuquara, antigo centro colonial, herdade do capitão-mor Francisco Pinto Homem de Azevedo. Daquele tempo permanecem as casas antigas e geminadas, com quintais cheios de árvores frondosas, o hábito das conversas à porta da vizinhança, bem como a casa senhorial, pertencente à tradicional família Monjardim, hoje transformada em museu. Culturalmente caracterizado pelo bairrismo, os moradores adotaram o termo "Nação Jucutuquara" para designar o espírito do bairro. A origem da expressão não é conhecida, mas acredita-se que tenha surgido nas rodas de samba. "Procurar as origens do carnaval no bairro é uma tarefa complicada. Não há registros escritos além das atas das diretorias. A memória do samba de Jucutuquara está perdida no tempo", assinala Sandra Daniel, na Coleção Elmo Elton, publicação destinada à memória e história do bairro. O Museu Solar Monjardim, tombado pelo Instituto Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1940 e, citado no livro "Museus do Brasil: Um Guia dos Principais Museus Brasileiros", de autoria de Fábio Ávila (Editora Empresa das Artes, 2011) é atualmente mantido pela Universidade Federal do Espírito Santo como rara amostra da arquitetura rural edificada no século XIX. Aberto à visitação desde a década de 1980, possibilita ao visitante conhecer a rotina de uma família abastada da época. As principais referências do bairro são, o Mercado São Sebastião, construído em 1949, como espaço para abrigar açougueiros, peixeiros e verdureiros até o surgimento dos supermercados (atualmente o local é referência na divulgação e comercialização do artesanato capixaba); a Igreja de São Sebastião, inaugurada nos anos de 1930; a Escola Técnica Federal do Espírito Santo (atual IFES), criada em 1910; o Bar Copa 70 (ou Bar do David), fundado em 1963 pelo morador David José Carminatti e cenário de um programa de rádio entre 1966 e 1982, o "Apetite de Bola"; a fábrica de juta (denominada Fábrica de Tecidos Victoria, Manufatora de Tecidos e, finalmente, Companhia União Manufatora de Tecidos, que esteve em funcionamento durante o período de 1941 a 1989); o Cine Trianon, inaugurado no final dos anos de 1940 e, o Estádio Governador Bley, do Rio Branco Futebol Clube, fundado no ano de 1913. Ivantir Borgo, morador do bairro, assinala que "os cinemas do Centro, como o Glória, o Carlos Gomes e o Politeama só exibiam filmes americanos. O Trianon foi construído por um francês, que morava em Vitória, Jorge Delanos. Ele conseguia trazer filmes europeus para Jucutuquara, o que foi uma coisa revolucionária para a época". Paralelamente, o futebol do Clube Rio Branco também foi responsável pela intensa movimentação do bairro, como lembra a moradora Adélia Ribeiro Rizzo: "O morro do Rio Branco era ocupado por torcedores que assistiam aos jogos do alto das pedras. Quando o Rio Branco saiu do bairro, Jucutuquara entristeceu". Historicamente sabe-se que em 1939, o clube enfrentou sua primeira crise inflacionada principalmente pelas despesas com a construção do estádio. A solução definida à época foi ceder o patrimônio do clube para o Estado. Reduto da vida boêmia e dos botequins, Jucutuquara reúne até hoje artistas, jornalistas, políticos e empresários em torno das mesas dos inúmeros bares localizados ao longo da Avenida Paulino Müller. Com tradição carnavalesca, o bairro conta com o primoroso envolvimento da comunidade com o samba e desfiles apresentados no Sambão do Povo. Criado em 1972, o Bloco Unidos de Jucutuquara conquistou três campeonatos. A agremiação cresceu e transformou-se na atual Escola de Samba Unidos de Jucutuquara, que no ano de 2013 homenageou o cronista capixaba Rubem Braga, com o enredo "A Centenária Noite do Sabiá da Crônica entre Pássaros,Palavras, Chiquitas e Baianas".
FORTE SÃO JOÃO
A história do bairro data de 1767, quando o então fortim do Morro da Vigia passou a se chamar Forte São João. A fortaleza foi construída em 1592 com o objetivo de proteger a Ilha de Vitória de possíveis invasões. Até o final da década de 1940, os moradores enfrentavam dificuldades com a falta d'água, de energia elétrica e de serviços de esgoto. A melhoria no acesso ao bairro só ocorreu com a construção das escadarias Stael Fontana e Theodorico Goes, que juntas têm aproximadamente 150 degraus. O bairro conta com a presença de uma escola de samba e de uma organização não governamental que desenvolve projetos sociais com a comunidade.
REGIÃO ADMINISTRATIVA 4 | MARUÍPE
DADOS SOCIOECONÔMICOS
POPULAÇÃO (Censo 2010) | 54.402 habitantes
RENDA MÉDIA (Censo 2010) | R$ 806,72
NÚMERO DE BAIRROS | 12
SANTA MARTHA
O bairro Santa Martha está situado na zona norte da cidade de Vitória. O terreno era originalmente conhecido como Fazenda de Maruípe. No início de sua ocupação, na década de 1930, o bairro era denominado Mulembá, devido a existência de uma árvore, o mulembazeiro, uma espécie de figueira. A mudança no nome só aconteceu em 1958, quando uma moradora doou a imagem de Santa Martha para a Igreja Católica então construída. O bairro tem como tradição anual a realização da Festa de São Benedito caracterizada pela apresentação da banda de congo Amores da Lua. A festividade passa de geração a geração e já completou sete décadas de tradição. Segundo o Mestre Reginaldo, regente da banda, "o congo é tradição não apenas no bairro Santa Martha, mas é uma referência cultural do Estado". O crescimento comercial de Santa Martha só aconteceu a partir da década de 1980. Para fazer compras, os moradores precisavam se deslocar para bairros vizinhos ou ir a pé até o centro de Vitória. Com sérias dificuldades estruturais, no princípio de sua estruturação, o bairro não contava nem com energia elétrica e nem com água encanada. Embora a ocupação das terras seja antiga, o desenvolvimento do bairro aconteceu de forma muito lenta. A presença do Campo do Caxias no contexto territorial contribuiu para o fortalecimento da paixão dos moradores pelo time de futebol local, o Unidos de Santa Martha, atual tricampeão da Copa das Comunidades do Município de Vitória. Outro destaque é a força da tradição pela folia do Carnaval. O bairro conta com a presença da Escola de Sampa Andaraí, fundada em 1946. Outrora denominada Bloco Batucada Andaraí, a Escola desfila anualmente no Sambão do Povo, contribuindo para revelar a dimensão histórica-cultural do povo capixaba.
BONFIM
O bairro Bonfim localiza-se a oeste da cidade de Vitória, na região da Grande Maruípe. Tem como bairros vizinhos, São Benedito, Da Penha, São Cristóvão e Itararé. A ocupação do bairro começou na parte baixa, hoje a área melhor estruturada. Seus primeiros moradores vieram do norte do Estado em busca de melhores condições de saúde e educação. A partir da década de 1950, a ocupação expandiu-se para o alto do morro. No início, o bairro recebeu o nome de Morro do Teimoso, pois os moradores insistiam em manter a construção de seus barracos apesar da ação da polícia em realizar o desmanche das moradias. Após essa fase o local passou a ser denominado de Morro do Martelo. À época, os moradores ficavam batendo o martelo na madeira, durante a noite, para afastar os invasores. Finalmente o nome Bonfim foi sugerido por um morador, migrante da Bahia, como homenagem ao padroeiro de sua terra natal, Nosso Senhor do Bonfim. O Morro do Bonfim é densamente povoado e, em todos os seus limites apresenta uma aglomeração em desalinho de ruas e casas. Destacam-se no bairro, o time de futebol Domingueiras Recreativa dos Amigos do Bonfim, formado há onze anos; o movimento do funk, que conta musicalmente a realidade da periferia; e, o bloco carnavalesco Eu quero ela, que surgiu há cinco anos.
O bairro Santa Martha está situado na zona norte da cidade de Vitória. O terreno era originalmente conhecido como Fazenda de Maruípe. No início de sua ocupação, na década de 1930, o bairro era denominado Mulembá, devido a existência de uma árvore, o mulembazeiro, uma espécie de figueira. A mudança no nome só aconteceu em 1958, quando uma moradora doou a imagem de Santa Martha para a Igreja Católica então construída. O bairro tem como tradição anual a realização da Festa de São Benedito caracterizada pela apresentação da banda de congo Amores da Lua. A festividade passa de geração a geração e já completou sete décadas de tradição. Segundo o Mestre Reginaldo, regente da banda, "o congo é tradição não apenas no bairro Santa Martha, mas é uma referência cultural do Estado". O crescimento comercial de Santa Martha só aconteceu a partir da década de 1980. Para fazer compras, os moradores precisavam se deslocar para bairros vizinhos ou ir a pé até o centro de Vitória. Com sérias dificuldades estruturais, no princípio de sua estruturação, o bairro não contava nem com energia elétrica e nem com água encanada. Embora a ocupação das terras seja antiga, o desenvolvimento do bairro aconteceu de forma muito lenta. A presença do Campo do Caxias no contexto territorial contribuiu para o fortalecimento da paixão dos moradores pelo time de futebol local, o Unidos de Santa Martha, atual tricampeão da Copa das Comunidades do Município de Vitória. Outro destaque é a força da tradição pela folia do Carnaval. O bairro conta com a presença da Escola de Sampa Andaraí, fundada em 1946. Outrora denominada Bloco Batucada Andaraí, a Escola desfila anualmente no Sambão do Povo, contribuindo para revelar a dimensão histórica-cultural do povo capixaba.
BONFIM
O bairro Bonfim localiza-se a oeste da cidade de Vitória, na região da Grande Maruípe. Tem como bairros vizinhos, São Benedito, Da Penha, São Cristóvão e Itararé. A ocupação do bairro começou na parte baixa, hoje a área melhor estruturada. Seus primeiros moradores vieram do norte do Estado em busca de melhores condições de saúde e educação. A partir da década de 1950, a ocupação expandiu-se para o alto do morro. No início, o bairro recebeu o nome de Morro do Teimoso, pois os moradores insistiam em manter a construção de seus barracos apesar da ação da polícia em realizar o desmanche das moradias. Após essa fase o local passou a ser denominado de Morro do Martelo. À época, os moradores ficavam batendo o martelo na madeira, durante a noite, para afastar os invasores. Finalmente o nome Bonfim foi sugerido por um morador, migrante da Bahia, como homenagem ao padroeiro de sua terra natal, Nosso Senhor do Bonfim. O Morro do Bonfim é densamente povoado e, em todos os seus limites apresenta uma aglomeração em desalinho de ruas e casas. Destacam-se no bairro, o time de futebol Domingueiras Recreativa dos Amigos do Bonfim, formado há onze anos; o movimento do funk, que conta musicalmente a realidade da periferia; e, o bloco carnavalesco Eu quero ela, que surgiu há cinco anos.
SANTOS DUMONT
O bairro de Santos Dumont surgiu de terrenos doados pela Prefeitura de Vitória, em 1942. Posteriormente a região foi loteada a partir da área próxima à Avenida Marechal Campos. O bairro foi inicialmente chamado de Barreiros e Jardim Coréia. Credita-se que o nome Santos Dumont seja uma homenagem ao ilustre inventor brasileiro. A principal via pública do bairro é a Avenida Manoel Marques, que demarca o ponto zero desse espaço urbano. No início de sua ocupação, os moradores tiveram dificuldades com a falta de água, rede de esgoto e transporte coletivo. Atualmente, o Centro Comunitário do bairro conta com atividades socioculturais, que objetivam oferecer lazer e cidadania para crianças e adolescentes. Santos Dumont tem como vizinhos os bairros de Santa Cecília, Bonfim, Maruípe e Consolação.
SÃO CRISTÓVÃO
A história do bairro São Cristóvão está ligada à ocupação da região de Maruípe e, por isso, encontra-se relacionada ao loteamento "Vila Maria" e aos parcelamentos realizados na Fazenda Maruípe, assim como às globas pertencentes aos herdeiros do Barão de Monjardim. O bairro começou a receber seus primeiros moradores na década de 1920. Inicialmente, a região foi batizada como Barreiros, numa alusão a grande quantidade de barro existente nas ruas. Nessa época a localidade não contava com calçamento, energia elétrica e nem água encanada. A energia elétrica só chegou ao bairro em meados da década de 1960. Em 1966, depois da construção da Igreja Católica, o nome da comunidade foi alterada para São Cristóvão, em homenagem ao santo padroeiro. Desde então, anualmente, no mês de julho, realiza-se uma procissão, em homenagem pelas ruas do bairro. A localidade faz divisa com os bairros de Santa Martha, Tabuazeiro e Joana Dar'c. Do ponto de vista cultural, o bairro conta com a presença da Escola de Samba Unidos de Barreiros, nomeada como referência à história da comunidade.
SÃO CRISTÓVÃO
A história do bairro São Cristóvão está ligada à ocupação da região de Maruípe e, por isso, encontra-se relacionada ao loteamento "Vila Maria" e aos parcelamentos realizados na Fazenda Maruípe, assim como às globas pertencentes aos herdeiros do Barão de Monjardim. O bairro começou a receber seus primeiros moradores na década de 1920. Inicialmente, a região foi batizada como Barreiros, numa alusão a grande quantidade de barro existente nas ruas. Nessa época a localidade não contava com calçamento, energia elétrica e nem água encanada. A energia elétrica só chegou ao bairro em meados da década de 1960. Em 1966, depois da construção da Igreja Católica, o nome da comunidade foi alterada para São Cristóvão, em homenagem ao santo padroeiro. Desde então, anualmente, no mês de julho, realiza-se uma procissão, em homenagem pelas ruas do bairro. A localidade faz divisa com os bairros de Santa Martha, Tabuazeiro e Joana Dar'c. Do ponto de vista cultural, o bairro conta com a presença da Escola de Samba Unidos de Barreiros, nomeada como referência à história da comunidade.
REGIÃO ADMINISTRATIVA 5 | PRAIA DO CANTO
DADOS SOCIOECONÔMICOS
POPULAÇÃO (Censo 2010) | 34.236 habitantes
RENDA MÉDIA (Censo 2010) | R$ 3.844,97
NÚMERO DE BAIRROS | 09
PRAIA DO CANTO
"No começo era um canto de praia, areal, brejo, mangue. Tão comprida que o adjetivo virou nome de batismo do lugar, Praia Comprida. Era um vazio de gente antes do engenheiro sanitarista, Francisco Saturnino Rodrigues de Brito apresentar um plano urbanístico, registrado em documento datado de 23 de maio de 1896". O projeto do Novo Arrabalde objetivava a expansão territorial de Vitória, deixando de lado o traçado colonial do Centro, dando lugar ao crescimento espacial por meio de uma grande avenida como eixo central, a Nossa Senhora da Penha, com ruas largas no entorno, capazes de comportar um alto fluxo de veículos. O projeto foi elaborado por solicitação do então governador Muniz Freire, numa área de 3,3 milhões de metros quadrados, dividida em 178 quarteirões e 2.129 lotes. O desenho foi mantido em período de latência até o ano de 1924, quando o então governador Florentino Avidos deu início às primeiras obras. Inicialmente a vida era delineada no ritmo das cidades do interior. Lentamente o espaço começou a ser ocupado, ganhando a forma de bairro residencial. Com a expansão do comércio local, três clubes foram instalados, o Praia Tênis Clube, inaugurado em 1934; o Clube Centenário; e o Iate Clube, fundado em 1946.
PRAIA DO SUÁ
Considerado como um dos bairros mais antigos de Vitória, a Praia do Suá abrigou durante muito tempo uma tradicional colônia de pescadores. Ao longo dos anos, a região passou a ser ocupada pela população de classe média. Na década de 1970, o bairro passou por uma intervenção em seu aspecto geográfico que culminou na expansão de sua área territorial. Desde então, os pescadores da região transferiram o cais de suas embarcações para as proximidades do morro Jesus de Nazareth. A história do bairro permanece em alta por meio da frequente comercialização de peixes e mariscos entre pescadores e a população da capital que aprecia iguarias feitas com frutos do mar. Destaca-se a presença de restaurantes que tem como foco a boa gastronomia. Lugar onde é possível saborear a tradicional moqueca capixaba.
SANTA LÚCIA
O bairro de Santa Lúcia foi criado na década de 1930, com a chegada de trabalhadores braçais, principalmente estivadores, pedreiros e mestres de obras, que deram início à ocupação da região. Por questões legais, à época, os moradores que construíram suas casas tiveram que requerer as escrituras de posse ao Estado, que posteriormente criou uma série diversificada de loteamentos dando sequência à expansão do bairro. Em 1958, uma área com cerca de 80.000 metros quadrados, localizada próxima ao Morro da Gamela foi também loteada pelo Senhor Manoel Francisco Gonçalves. Essa região compõe a atual Avenida Leitão da Silva, hoje ocupada prioritariamente pelo comércio local. Até o ano de 1962, o bairro de Santa Lúcia contava com dois clubes, o Santa Cruz, criado em 1928, onde aconteciam jogos de futebol, e o Centenário. A comunidade teve também a escola de samba, Agremiação Recreativa de Samba de Santa Lúcia, hoje inexistente. Com o crescimento da região, os clubes e a escola de samba foram substituídos por sofisticados espaços de locação para a realização de eventos particulares e corporativos. O bairro teve seu desenvolvimento fomentado também pela presença de diversas escolas particulares.
GOIABEIRAS
Goiabeiras nasceu em território de antigas fazendas. Uma espessa vegetação caracterizava a região. Grande parte da população vivia da pesca, desenvolvida na Praia de Camburi e, também, no mangue. O traçado do bairro é, ainda hoje, bastante irregular, com ruas estreitas e, em alguns pontos, desprovidos de calçadas, situação típica de regiões que cresceram sem nenhum planejamento urbano ou de ocupação do solo. Na década de 1940 e início da de 1950 o transporte era feito em carroças e no lombo de cavalos e burros. O trajeto até Vitória era feito em canoas ou a pé até a Praia do Canto ou Jucutuquara, onde as pessoas já dispunham de bondes. O primeiro ônibus urbano passando pelo bairro fazia e ligação entre Vitória e o Planalto de Carapina. Isso só ocorreu na década de 1950. Geograficamente, Goiabeiras tem hoje ao seu norte o bairro Antônio Honório, a leste a avenida Fernando Ferrari, ao sul o campus da Universidade Federal do Espírito Santo e a oeste o Manguezal do Lameirão. O bairro teve sua ocupação como área de periferia urbana há mais de 80 anos e era constituído de baixadas cobertas de manguezais. Sua ocupação foi intensificada a partir da década de 1960, com o crescimento desordenado da cidade, na incorporação de terras rurais para a construção de conjuntos habitacionais atendendo a população de baixa renda. Outra forma de ocupação local ocorreu, quando na década de 1970, o poder público incentivava o despejo do lixo nas áreas de mangue, criando espaço para a ocupação irregular. Pessoas que se encontravam em dificuldades para manter os compromissos assumidos na compra de suas casas nos conjuntos habitacionais optaram por se fixar em barracos e palafitas construídas sobre os mangues. As décadas de 1980 e 1990 foram marcadas pelas tentativas do poder público em reverter esse quadro a partir de intervenções urbanas que criaram uma via de contorno do mangue de modo a conter a crescente ocupação nas áreas de preservação ambiental. "Do mangue e do mar vinha uma outra atividade produtiva importante para os moradores de Goiabeiras, no passado: a produção de cal virgem a partir das cascas de ostras. O processo era demorado. As cascas eram colocadas sobre madeiras verdes retiradas da mata e do mangue e queimavam por uma semana. Depois de esfriadas elas eram socadas até se transformarem em pó fino, dando origem ao cal, que servia de argamassa para as casas e também para caiar as paredes. Assim como os pescados e os mariscos, o cal extraído das cascas das ostras era transportado em canoas para Vitória e Santa Leopoldina, onde era comercializado. Duas outras atividades também tiveram importância para a região: a extração de lenha das matas e o leite. A lenha era retirada em toda a mata existente na região, principalmente na Mata de Maruípe, onde se localiza hoje o bairro de Jardim da Penha". Um outro elemento importante foi o Porto da Pedra, localizado no Canal da Passagem, onde mercadorias eram ali desembarcadas para abastecer outros centros de consumo. Tem raiz em Goiabeiras a preciosa tradição capixaba de fazer e comercializar as panelas de barro. Mulheres se encarregam de preservar a tradição secular, herdada dos indígenas e que hoje é, sem dúvida, a mais importante manifestação da cultura do estado do Espírito Santo. Criada em 25 de março de 1987, a Associação das Paneleiras de Goiabeiras, mantém espaço para que seus associados produzam a panela de barro por meio do uso de matérias-primas naturais. "As panelas de barro de Goiabeiras são feitas utilizando diversos elementos naturais e procedimentos técnicos específicos. A argila é extraída de um barreiro do Vale do Mulembá. Essa argila é formada pela decomposição de rochas gnáissicas misturadas com argilitos, micas e outros elementos". A confecção das panelas é uma atividade estritamente familiar e que vem passando de geração em geração. O bairro destaca-se pela presença da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e pelo Aeroporto Eurico Sales que começou a ganhar contornos em 1943, quando foi elaborado o projeto para sua construção, no mesmo local onde já havia a pista utilizada durante a Segunda Guerra Mundial. A Reserva Ecológica Municipal Mata de Goiabeiras, localizada no morro de Goiabeiras, próximo ao Canal da Passagem, na parte continental do município de Vitória, abriga remanescentes da Mata Atlântica e várias espécies ameaçadas da fauna. O bairro sedia o Três de Maio, clube fundado em 1938, que se destaca pelo time de futebol. O congo, tradicional manifestação cultural, aos poucos tem sido revivido e resgatado pelos moradores, que contam também com o bloco carnavalesco, Prazeres da Morena. A Igreja Cristo Redentor, bem como a emissora da TV Capixaba compõem a atual realidade do bairro.
ILHA DAS CAIEIRAS
A Ilha das Caieiras faz parte do complexo demográfico da Região da Grande São Pedro. Localiza-se, ao norte e a oeste, com a Baía Noroeste de Vitória; e, ao sul e a leste, com os bairros de Santo André e São Pedro. A ocupação da região teve início na década de 1920 e tem suas raízes na implantação da fábrica de cal Boa Esperança e no transporte do café produzido nas fazendas do município de Santa Leopoldina. Com aspecto insular, cercada por manguezais, a geografia da região conferiu ao bairro o nome de "ilha". A expressão "caieiras" significa fábrica de cal ou forno onde se calcina a pedra calcária para se fazer o cal. A palavra no pural sugere a disseminação de fornos dedicados a essa atividade na região. O bairro possui uma parte baixa, próxima ao mangue, que corresponde a maior área ocupada e, uma parte alta, chamada de Morro da Ilha. Os habitantes que residem na parte baixa são os pioneiros e filhos dos primeiros moradores. A Ilha das Caieiras abriga o Museu Histórico Manoel dos Passos Lyrio, conhecido popularmente como Museu do Pescador. Conhecida por sua beleza natural, a Ilha atrai turistas de vários lugares. Os inúmeros restaurantes presentes no local oferecem aos visitantes sabores gastronômicos à base de frutos do mar, como a típica moqueca e torta capixaba e, as casquinhas de siri. As desfiadeiras de siri da Ilha das Caieiras ocupam atividade artesanal de destaque na composição da cultura popular de Vitória. Desfiar siris tem um sentido de legado familiar para os moradores dessa região. Catado pelos homens, o ofício de desfiá-los é realizado de maneira artesanal pelas mulheres, numa tradição passada de mãe para filha. As desfiadeiras dedicam-se pacientemente a extrair das duras carapaças a delicada carne que serve para compor vários pratos da culinária capixaba. Devido à necessidade da comunidade pesqueira da região em agregar valor comercial à tradição cultural e por iniciativa de 49 mulheres que trabalhavam em condições precárias nas calçadas e quintais de suas casas, fundou-se em fevereiro de 1999, a Cooperativa das Desfiadeiras de Siri da Ilha das Caieiras.
REGIÃO ADMINISTRATIVA 6 | GOIABEIRAS
DADOS SOCIOECONÔMICOS
POPULAÇÃO (Censo 2010) | 20.316 habitantes
RENDA MÉDIA (Censo 2010) | R$ 946,95
NÚMERO DE BAIRROS | 07
GOIABEIRAS
REGIÃO ADMINISTRATIVA 7 | SÃO PEDRO
DADOS SOCIOECONÔMICOS
POPULAÇÃO (Censo 2010) | 33.746 habitantes
RENDA MÉDIA (Censo 2010) | R$ 508,84
NÚMERO DE BAIRROS | 10
REGIÃO ADMINISTRATIVA 8 | JARDIM CAMBURI
DADOS SOCIOECONÔMICOS
POPULAÇÃO (Censo 2010) | 39.157 habitantes
RENDA MÉDIA (Censo 2010) | R$ 2.259,37
NÚMERO DE BAIRROS | 02
REGIÃO ADMINISTRATIVA 9 | JARDIM DA PENHA
DADOS SOCIOECONÔMICOS
POPULAÇÃO (Censo 2010) | 48.161 habitantes
RENDA MÉDIA (Censo 2010) | R$ 2.737,84
NÚMERO DE BAIRROS | 06
JARDIM DA PENHA
A trajetória histórica do bairro de Jardim da Penha está inserida no período eminentemente metropolitano da cidade de Vitória. Seu nascimento se contextualiza no ápice do deslocamento do vetor imobiliário do Centro para a região norte da capital. Sua concepção é formulada na capacidade de ser o ponto de conciliação de aspectos que contém elementos do antigo e do novo, do interiorano e do cosmopolita. Pautado por alguns paradoxos mantém-se, no bairro, edificações construídas no limite de quatro andares, a ponto de não impedir que os moradores respirem a brisa marinha. O bairro tem um rico patrimônio comunitário, manifestado em qualidade de vida, graças ao empenho de seus moradores que, desde o início, são guardiões permanentes de seu crescimento e transformações. O nome Jardim da Penha surgiu porque a região era uma área plana, toda verde, contendo vegetação de restinga e de Mata Atlântica, que parecia um jardim, onde de qualquer parte podia-se avistar o Convento da Penha. "Era da Penha, a Nossa Senhora dos capixabas, aquele jardim feito de cajueiros, goiabeiras, araçás, aroeiras, palmeirinhas e até bromélias e orquídeas, entre piscinas de areia. De toda parte dos mais de 1.139.934 metros quadrados, era possível ver o Convento dedicado à Nossa Senhora". A região que vinha das proximidades da Avenida Adalberto Simão Nader até o Canal de Camuri era o Sitio Queiroz ou Fazenda Mata da Praia. Toda essa extensão de terra pertencia ao capitão Justiniano Azambuja Meyrelles, conforme atesta uma escritura datada de 1891. (Toda essa área integra atualmente os bairros de Jardim da Penha, Morada de Camburi e Mata da Praia). A primeira tentativa de criar um loteamento na região surgiu em 1928, por iniciativa de Ostilho Ximenes. A segunda ideia de urbanização surgiu na década de 1950, por intermédio da Empresa Capixaba de Engenharia Civil, tendo como inspiração arquitetônica o traçado da cidade de Belo Horizonte. Os primeiros lotes foram vendidos para armazéns. Somente em meados de 1960, o bairro começa a contar com as primeiras 106 residências, construídas entre a Avenida Fernando Ferrari e o mar de Camburi. À época os moradores não tinham acesso à iluminação pública, comércio ou transporte. Os primeiros conjuntos habitacionais começaram a ser construídos a partir da década de 1970, dando início ao desenvolvimento imobiliário de Jardim da Penha, que é hoje um dos bairros mais populosos de Vitória, com cerca de 31 mil habitantes. Na metade da década de 1980, surgiram os apartamentos destinados à classe média. Com a melhoria da infraestrutura do bairro, a proximidade do mar e a facilidade de acesso ao Centro, vários prédios foram construídos no local. Uma particularidade das edificações do bairro são as residências e edifícios que, em sua maioria, não possuem área de lazer. A justificativa é a de que os moradores lutam para que essas áreas sejam externas, preferencialmente ao ar livre, objetivando garantir a convivência e interação entre os residentes. A sociabilidade naturalmente promovida e internalizada nos moradores, assim como o incentivo do Banco Nacional de Habitação (BHN), por meio do Instituto de Orientação de Cooperativas Habitacionais do Espírito Santo (INOCOOPES) possibilitou o surgimento de um movimento que pretendia congregar e mobilizar pessoas para a fundação da Associação de Moradores (AMJAP), criada em setembro de 1984.
Jardim da Penha se diferencia pela presença de espaços diversificados e significativos para a comunidade local. Andréia Curry, autora do livro de número sete, da Coleção Elmo Elton, que objetiva contar a história dos bairros de Vitória, afirma que, "os moradores adoram e defendem o bairro. São felizes nele. Aproveitam ao máximo seus espaços públicos. Valorizam as praças, prestigiam os eventos. Transformam Jardim da Penha num bairro muito vivo e movimentado". Destaca-se no bairro a presença da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), que atrai a presença de jovens estudantes, bem como a disponibilidade de imóveis utilizados como repúblicas para moradia; as setes praças destinadas a atividades de lazer, cultura e esportes; a Feira-livre, que acontece em todas as manhãs de sábado, com a comercialização de produtos orgânicos cultivados nos munípios do interior do Estado; a Feira de Artes, que é realizada nas noites de sextas-feira, com atrativos artesanais e barraquinhas de alimentação; os bares tradicionais, que inicialmente ocupavam a praça central do bairro para, décadas depois, migrar para a famosa Rua da Lama, reduto do burburinho, que outrora chegou a promover duas edições do Festlama, movimento musical realizado em prol dos talentos capixabas. "São safras, estacões de vida. Mudanças de ritmos. Mas a Lana permanece", afirma Andréia Curry.O bairro possui sete praças (rótulas de circulação), que integram ruas e avenidas. A cultura local está em parte fundamentada nas manifestações realizadas durante o período do Carnaval, com destaque para o desfile dos blocos Segura o copo e Tô bebo. Cita-se ainda os cines Metrópolis e Jardins; os forrós e festas realizadas no espaço da UFES; e, o Clube 106, que surgiu como espaço de convivência a partir da mobilização das primeiras famílias que ali se instalaram. O Centro de Convivência da Terceira Idade, inaugurado em 2007 conta com aproximadamente mil participantes dentre as vinte e três diferentes modalidades de atividades oferecidas. A Rua de Lazer na orla da Praia de Camburi é endereço certo de diversão dominical, com horário de funcionamento de 7 às 15 horas.
BAIRRO REPÚBLICA
O Bairro República faz parte da região da Grande Goiabeiras, que começou a ser ocupada há mais de oitenta anos e era constituída de baixadas cobertas de manguezais. A Avenida Fernando Ferrari marca a separação entre a parte mais antiga e a mais nova da região. Goiabeiras I caracteriza o núcleo inicial da ocupação e separa a parte "velha" das residências edificadas pela Companhia Habitacional do Espírito Santo (COHAB-ES), construídas nos anos de 1969 (Goiabeiras II) e 1971 (Goiabeiras III) e, que hoje são conhecidas por um único nome: Bairro República. O bairro está localizado na região continental do município de Vitória e tem como vizinhos, a Mata da Praia, Goiabeiras e Morada de Camburi. O crescimento populacional da região teve seu desenvolvimento fomentado pela presença de empresas localizadas no município de Serra, próximo da capital. Com vinte anos de história o bloco Cabeça de Queijo, fundado em fevereiro de 1993, pelo carnavalesco Gabriel Viana, representa a tradição cultural do bairro.
A trajetória histórica do bairro de Jardim da Penha está inserida no período eminentemente metropolitano da cidade de Vitória. Seu nascimento se contextualiza no ápice do deslocamento do vetor imobiliário do Centro para a região norte da capital. Sua concepção é formulada na capacidade de ser o ponto de conciliação de aspectos que contém elementos do antigo e do novo, do interiorano e do cosmopolita. Pautado por alguns paradoxos mantém-se, no bairro, edificações construídas no limite de quatro andares, a ponto de não impedir que os moradores respirem a brisa marinha. O bairro tem um rico patrimônio comunitário, manifestado em qualidade de vida, graças ao empenho de seus moradores que, desde o início, são guardiões permanentes de seu crescimento e transformações. O nome Jardim da Penha surgiu porque a região era uma área plana, toda verde, contendo vegetação de restinga e de Mata Atlântica, que parecia um jardim, onde de qualquer parte podia-se avistar o Convento da Penha. "Era da Penha, a Nossa Senhora dos capixabas, aquele jardim feito de cajueiros, goiabeiras, araçás, aroeiras, palmeirinhas e até bromélias e orquídeas, entre piscinas de areia. De toda parte dos mais de 1.139.934 metros quadrados, era possível ver o Convento dedicado à Nossa Senhora". A região que vinha das proximidades da Avenida Adalberto Simão Nader até o Canal de Camuri era o Sitio Queiroz ou Fazenda Mata da Praia. Toda essa extensão de terra pertencia ao capitão Justiniano Azambuja Meyrelles, conforme atesta uma escritura datada de 1891. (Toda essa área integra atualmente os bairros de Jardim da Penha, Morada de Camburi e Mata da Praia). A primeira tentativa de criar um loteamento na região surgiu em 1928, por iniciativa de Ostilho Ximenes. A segunda ideia de urbanização surgiu na década de 1950, por intermédio da Empresa Capixaba de Engenharia Civil, tendo como inspiração arquitetônica o traçado da cidade de Belo Horizonte. Os primeiros lotes foram vendidos para armazéns. Somente em meados de 1960, o bairro começa a contar com as primeiras 106 residências, construídas entre a Avenida Fernando Ferrari e o mar de Camburi. À época os moradores não tinham acesso à iluminação pública, comércio ou transporte. Os primeiros conjuntos habitacionais começaram a ser construídos a partir da década de 1970, dando início ao desenvolvimento imobiliário de Jardim da Penha, que é hoje um dos bairros mais populosos de Vitória, com cerca de 31 mil habitantes. Na metade da década de 1980, surgiram os apartamentos destinados à classe média. Com a melhoria da infraestrutura do bairro, a proximidade do mar e a facilidade de acesso ao Centro, vários prédios foram construídos no local. Uma particularidade das edificações do bairro são as residências e edifícios que, em sua maioria, não possuem área de lazer. A justificativa é a de que os moradores lutam para que essas áreas sejam externas, preferencialmente ao ar livre, objetivando garantir a convivência e interação entre os residentes. A sociabilidade naturalmente promovida e internalizada nos moradores, assim como o incentivo do Banco Nacional de Habitação (BHN), por meio do Instituto de Orientação de Cooperativas Habitacionais do Espírito Santo (INOCOOPES) possibilitou o surgimento de um movimento que pretendia congregar e mobilizar pessoas para a fundação da Associação de Moradores (AMJAP), criada em setembro de 1984.
Jardim da Penha se diferencia pela presença de espaços diversificados e significativos para a comunidade local. Andréia Curry, autora do livro de número sete, da Coleção Elmo Elton, que objetiva contar a história dos bairros de Vitória, afirma que, "os moradores adoram e defendem o bairro. São felizes nele. Aproveitam ao máximo seus espaços públicos. Valorizam as praças, prestigiam os eventos. Transformam Jardim da Penha num bairro muito vivo e movimentado". Destaca-se no bairro a presença da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), que atrai a presença de jovens estudantes, bem como a disponibilidade de imóveis utilizados como repúblicas para moradia; as setes praças destinadas a atividades de lazer, cultura e esportes; a Feira-livre, que acontece em todas as manhãs de sábado, com a comercialização de produtos orgânicos cultivados nos munípios do interior do Estado; a Feira de Artes, que é realizada nas noites de sextas-feira, com atrativos artesanais e barraquinhas de alimentação; os bares tradicionais, que inicialmente ocupavam a praça central do bairro para, décadas depois, migrar para a famosa Rua da Lama, reduto do burburinho, que outrora chegou a promover duas edições do Festlama, movimento musical realizado em prol dos talentos capixabas. "São safras, estacões de vida. Mudanças de ritmos. Mas a Lana permanece", afirma Andréia Curry.O bairro possui sete praças (rótulas de circulação), que integram ruas e avenidas. A cultura local está em parte fundamentada nas manifestações realizadas durante o período do Carnaval, com destaque para o desfile dos blocos Segura o copo e Tô bebo. Cita-se ainda os cines Metrópolis e Jardins; os forrós e festas realizadas no espaço da UFES; e, o Clube 106, que surgiu como espaço de convivência a partir da mobilização das primeiras famílias que ali se instalaram. O Centro de Convivência da Terceira Idade, inaugurado em 2007 conta com aproximadamente mil participantes dentre as vinte e três diferentes modalidades de atividades oferecidas. A Rua de Lazer na orla da Praia de Camburi é endereço certo de diversão dominical, com horário de funcionamento de 7 às 15 horas.
O Bairro República faz parte da região da Grande Goiabeiras, que começou a ser ocupada há mais de oitenta anos e era constituída de baixadas cobertas de manguezais. A Avenida Fernando Ferrari marca a separação entre a parte mais antiga e a mais nova da região. Goiabeiras I caracteriza o núcleo inicial da ocupação e separa a parte "velha" das residências edificadas pela Companhia Habitacional do Espírito Santo (COHAB-ES), construídas nos anos de 1969 (Goiabeiras II) e 1971 (Goiabeiras III) e, que hoje são conhecidas por um único nome: Bairro República. O bairro está localizado na região continental do município de Vitória e tem como vizinhos, a Mata da Praia, Goiabeiras e Morada de Camburi. O crescimento populacional da região teve seu desenvolvimento fomentado pela presença de empresas localizadas no município de Serra, próximo da capital. Com vinte anos de história o bloco Cabeça de Queijo, fundado em fevereiro de 1993, pelo carnavalesco Gabriel Viana, representa a tradição cultural do bairro.
Bairro estrelinha vem do nome de um time de futebol existente em caratoira pelo qual o dono do time era o capitão Fabiano Bispo e este terreno pertencendo a ele colocou o nome deestrelinha.
ResponderExcluirPrezado Jolindo, agradeço por sua visita ao CENA VITÓRIA e, especialmente, pela informação a respeito do bairro Estrelinha. Oportunamente irei incluir os dados referentes a esse bairro no blog. Certamente considerarei suas contribuições. Atenciosamente, Mônica Seidel
ExcluirSim, antes a região do bairro Estrelinha atual e também do Bairro Grande Vitória era conhecida como Godofredo.
ExcluirFonte: Minha "parentada" no Bairro de Santo Antonio, estabelecidos ali desde
a década de 30.
Sim, antes a região do bairro Estrelinha atual e também do Bairro Grande Vitória era conhecida como Godofredo.
ExcluirFonte: Minha "parentada" no Bairro de Santo Antonio, estabelecidos ali desde a década de 30.
Agradeço a valiosa contribuição histórica de sua "parentada"!
ExcluirAgradeço a valiosa contribuição histórica de sua "parentada"!
ExcluirÚnica parte que fiquei triste por que logo quando chega em jardim camburi não contaram a história, mas excelente matéria.
ResponderExcluirAgradeço sua visita e comentário. Em breve o bairro de Jardim Camburi será evidenciado nesse espaço do Blog Cena Vitória. Esteja à vontade para contribuir com informações.
ExcluirA foto e informações do bairro Santos Dumont estão equivocadas.
ResponderExcluirOlá Vix News! Obrigada pela visita ao blog. Gentileza destacar as informações que não correspondem ao bairro Santos Dumont. De qualquer forma estarei, também, buscando imagem e dados para a devida correção. Abraço
ExcluirPrezada, esse bairro é De Loudes, vizinho, parte baixa. O Santos Dumont está no Morro. A foto não corresponde ao Bairro. A informação da principal via está esquivocada, o jornal A Tribuna se equivocou. A ruas principais são Doutor Gastão Pache de Farias e Balbina dos Santos (a mais comercial). Fotos do bairro podem ser encontradas em @vitoriaeuamviver e no grupo do bairro Santos Dumont no facebook.
ExcluirQual a origem do nome bairro república? Alguma relação com república de estudantes?
ResponderExcluirOlá Jociel! Obrigada pela visita. Desconheço essa informação. Utilizei dados da Prefeitura de Vitória como fonte de pesquisa. Caso encontre alguma informação complementar, incluirei aqui, com certeza. Abraço.
ExcluirOlá Jociel! Obrigada pela visita. Desconheço essa informação. Utilizei dados da Prefeitura de Vitória como fonte de pesquisa. Caso encontre alguma informação complementar, incluirei aqui, com certeza. Abraço.
ExcluirJociel, eu como moradora do Bairro República desde 1969, creio que é uma homenagem aos Presidentes do Brasil Republicanos, já que as duas principais avenidas de BR, levam o nome de: Av. Presidente Arthur da Costa e Silva (antiga av.Perimetral), e Av. Presidente Castelo Branco (antiga avenida central). Antigamente era chamada de Goiabeiras II devido a quantidade de pés de goiaba existentes lá!
ExcluirParabéns pela belíssima explanação histórica dos bairros que compõe o município de Vitória e aproveito para pedir permissão para repostar, citando você como fonte, em meu blog se aborda fatos da história do Espírito Santo
ResponderExcluirOlá! Desculpe pela demora no retorno. Tenho estado pouco por aqui. Obrigada por visitar o Cena Vitória. Bom que gostou do conteúdo. Esteja à vontade para repostar. Assim disseminamos informações sobre a nossa linda Vitorinha. Abraço.
ExcluirQueria saber qual a origem do nome Bela Vista em Vitória. O Bairro é bem antigo e também tem suas histórias. Antes era conhecida como Pedra do Bode agora é Bela vista.Voce poderia contar um pouco da história desse bairro
ResponderExcluirOlá, obrigada pela visita ao blog Cena Vitória, e pelo destaque ao bairro Bela Vista. Nesse mês a postagem constará por aqui. Grande abraço
ExcluirCida Mesquita Calmon
ResponderExcluirJociel, eu como moradora do Bairro República desde 1969, creio que é uma homenagem aos Presidentes do Brasil Republicanos, já que as duas principais avenidas de BR, levam o nome de: Av. Presidente Arthur da Costa e Silva (antiga av.Perimetral), e Av. Presidente Castelo Branco (antiga avenida central). Antigamente era chamada de Goiabeiras II devido a quantidade de pés de goiaba existentes lá!
Olá Cida! Obrigada pela valiosa colaboração para a dúvida do Jociel (e minha também). Grande abraço
ExcluirToP!
ResponderExcluirCena Vitória agradece sua visita.
ExcluirTOP!
ResponderExcluirCena Vitória agradece sua visita.
ExcluirOla , na avenida Santo Antônio em Caratoira havia um terreiro de Candomblé por volta do ano de 1985?
ResponderExcluirOnde entra a cidade ou bairro do Ventoinha?
ResponderExcluir