SEBASTIANUS AD POST MANTEGNA (1990), Attilio Colnago
"Sinto-me herdeiro de uma tradição pictórica e a utilizo como um valioso instrumento de investigação e trabalho, renovando-a e enriquecendo-a continuamente na eterna busca da beleza. Sou artista de ofício. Gosto da pintura desde sua preparação. Acredito que ela comece a se construir no momento em que preparo as telas brancas, quando revolvo o escuro de dentro de mim, tentando recolher o que ali sempre esteve - conversar com meus fantasmas, enxergar a poesia nas coisas simples e me preparar para as jornadas no ateliê. Cumpro o que creio ser a tarefa de hoje - contextualizar o novo tendo como ponto de partida a história, a tradição que pode ser questionada e estudada pelo presente e, sem cerimônias, no meio do caos, abrir espaço para a contemplação". De forma poética, Attilio Colnago, artista plástico capixaba, natural de São Domingos do Norte conceitua a tessitura que é impressa no processo de criação de suas obras, tese que caracteriza a Exposição O ENCANTADO: desenhos, pinturas e objetos.
Apresentada por meio de pinturas, gravuras e objetos, a mostra arrebata o espectador, trazendo à tona as marcas das memórias afetivas e passionais que fundamentam a arte de Attilio. Marcada pela ênfase à dualidade sagrado/profano, o artista percorre o repertório de elementos que consagram seu trabalho: a sacramentalidade. "O desenho torna o principal meio na corporificação de sua poética", assinala Paulo de Barros, curador da exposição. A opção em representar a figura humana como elemento principal em suas pinturas, tem-lhe permitido, desde 1978, trilhar e construir sua trajetória artística à semelhança de artistas brasileiros, que no século XX, optaram pelos princípios estéticos e plásticos das vanguardas artísticas europeias e experimentaram técnicas e recursos de representações próprias da arte moderna.
Oriundo de família de imigrantes italianos e nascido em berço católico, a exposição concebe esse ambiente largamente frequentado por Attilio desde sua infância, apresentando uma sala-capela estruturada nos moldes das igrejas do interior. A mesa Arqueologias reúne objetos que inspiram o trabalho do artista. Azulejos, fotografias, radiografias, pregos, punhais, santos e alfinetes fazem parte desse acervo. Na Sala de Memórias, o espectador estabelece contato com o processo criativo que fundamenta o trabalho do artista, caracterizado pela qualidade técnica, criatividade e preocupação com os detalhes. "A memória é um elemento essencial no meu trabalho", define. Eclético, Attilio ilustrou livros e percorreu a cena teatral, criando figurinos, objetos e peças gráficas. Uma sala com personagens e painéis destinados a apresentar esse viés artístico são também contemplados na mostra.
Percorrendo a exposição torna-se possível observar que o trabalho de Attilio transita entre diferentes técnicas: grafite, aquarela, serigrafia, aliadas às influências das artes medieval e renascentista. A crítica de arte, Ana Luzia Pessoti destaca que na pintura Sebastianus Ad Post Mantegna (1990), "o artista recuperou e trouxe para o final do século XX um tema, pintado em 1459, pelo artista italiano renascentista Andréa Mantegna (1431-1506). Ela faz parte de um conjunto de 28 pinturas e desenhos, dois objetos e uma instalação de 1990 e 1991, quando o artista produziu a série temática Sebastianus". Attilio optou por uma forma de representação sem detalhes definidos. Sebastianus não tem pés e orelha esquerda; os olhos, nariz e boca são apenas sugeridos. Essa ausência de nitidez de detalhes é uma característica da arte do século XVI, introduzida pelo barroco.
Apresentada por meio de pinturas, gravuras e objetos, a mostra arrebata o espectador, trazendo à tona as marcas das memórias afetivas e passionais que fundamentam a arte de Attilio. Marcada pela ênfase à dualidade sagrado/profano, o artista percorre o repertório de elementos que consagram seu trabalho: a sacramentalidade. "O desenho torna o principal meio na corporificação de sua poética", assinala Paulo de Barros, curador da exposição. A opção em representar a figura humana como elemento principal em suas pinturas, tem-lhe permitido, desde 1978, trilhar e construir sua trajetória artística à semelhança de artistas brasileiros, que no século XX, optaram pelos princípios estéticos e plásticos das vanguardas artísticas europeias e experimentaram técnicas e recursos de representações próprias da arte moderna.
Oriundo de família de imigrantes italianos e nascido em berço católico, a exposição concebe esse ambiente largamente frequentado por Attilio desde sua infância, apresentando uma sala-capela estruturada nos moldes das igrejas do interior. A mesa Arqueologias reúne objetos que inspiram o trabalho do artista. Azulejos, fotografias, radiografias, pregos, punhais, santos e alfinetes fazem parte desse acervo. Na Sala de Memórias, o espectador estabelece contato com o processo criativo que fundamenta o trabalho do artista, caracterizado pela qualidade técnica, criatividade e preocupação com os detalhes. "A memória é um elemento essencial no meu trabalho", define. Eclético, Attilio ilustrou livros e percorreu a cena teatral, criando figurinos, objetos e peças gráficas. Uma sala com personagens e painéis destinados a apresentar esse viés artístico são também contemplados na mostra.
Percorrendo a exposição torna-se possível observar que o trabalho de Attilio transita entre diferentes técnicas: grafite, aquarela, serigrafia, aliadas às influências das artes medieval e renascentista. A crítica de arte, Ana Luzia Pessoti destaca que na pintura Sebastianus Ad Post Mantegna (1990), "o artista recuperou e trouxe para o final do século XX um tema, pintado em 1459, pelo artista italiano renascentista Andréa Mantegna (1431-1506). Ela faz parte de um conjunto de 28 pinturas e desenhos, dois objetos e uma instalação de 1990 e 1991, quando o artista produziu a série temática Sebastianus". Attilio optou por uma forma de representação sem detalhes definidos. Sebastianus não tem pés e orelha esquerda; os olhos, nariz e boca são apenas sugeridos. Essa ausência de nitidez de detalhes é uma característica da arte do século XVI, introduzida pelo barroco.
OBJETO DA DOR (1991), Attilio Colnago
ONDE | Palácio Anchieta - Praça João Clímaco, s/nº, Cidade Alta - Centro - Vitória
QUANDO | Até 02 de novembro de 2014
VISITAÇÃO | De terça a sexta, das 8h00 às 17h00 | Sábados, domingos e feriados, das 9h00 às 16h00 | Entrada franca.
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