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3 de novembro de 2013

PORTINARI LÍRICO EM MOSTRA NO PALÁCIO ANCHIETA


Cândido Torquato Portinari (1905-1962), natural da pequena Brodowski, interior do estado de São Paulo é considerado o pintor brasileiro de maior projeção internacional. Em suas obras retratou iconografias relacionadas às questões sociais, aproximando-se do cubismo, do surrealismo e de pinturas muralistas mexicanas. 

Raymundo Ottoni de Castro Maya (1894-1964) atuou em atividades industriais e comerciais, destacando-se, especialmente, como colecionador de obras de arte, que fomentaram a criação da Fundação Castro Maya. Filho de colecionadores, Castro Maya deu continuidade ao projeto iniciado por seus pais quando transformou os espaços residenciais da família, em museus. Localizados no Rio de Janeiro, os museus do Açude e da Chácara do Céu foram transformados em importantes espaços de divulgação da arte brasileira. Desde então, a coleção particular de Castro Maya foi promovida ao patamar de patrimônio público. Colecionador, mecenas e amigo de Portinari, Castro Maya reuniu ao longo das décadas de 1940 a 1960, inúmeras obras do artista, que compõem a mostra que apresenta quadros, desenhos, gravuras, ilustrações, documentos e correspondências, reveladas na Exposição Portinari na Coleção Castro Maya, em cartaz no Palácio Anchieta. 

A história de admiração e amizade entre Cândido Portinari e Castro Maya teve início em 1943, quando o artista presenteou o amigo com o quadro, Retrato de Raymundo Ottoni de Castro Maya. Essa tela, exposta na mostra, representa o ato inaugural da coleção, consolidada por meio de encomendas e doações, ao longo das duas décadas seguintes. 

Retrato de Raymundo Ottoni de Castro Maya | Portinari, óleo sobre tela, 1943

Com curadoria de Anna Paola Baptista, a exposição apresenta as obras de Portinari concebidas em sua fase artística fundada no lirismo, com iconografias ligadas às cenas da infância. Sem perder de vista a temática do drama humano, caracterizada pelas obras baseadas no trabalho, nos tipos populares brasileiros e na crítica social, a mostra apresenta também as ilustrações de livros realizadas por Portinari, entre as décadas de 1940-50, como Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, primeiro livro Editado pela Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil; O Alienista, também de Machado de Assis; e, O Menino de Engenho, de José Lins do Rego. Para a elaboração dos desenhos, Portinari utilizou várias técnicas, como lápis de cor, bico-de-pena, lápis e carvão e, nanquim. A Série Dom Quixote, encomendada por José Olympio para uma edição não concretizada, assim como os estudos desenvolvidos para os trabalhos para a Capela Mayrink, também compõem o acervo em exposição. 

Em Vitória, a mostra exibe 57 obras, divididas em três núcleos que procuram mostrar  as diferentes facetas da amizade entre Cândido Portinari e Castro Maya. O primeiro núcleo, denominado Colecionador, traz as obras adquiridas por Maya em leilões, galerias de arte e no próprio ateliê do artista. Mecenas, o segundo núcleo da exposição  exibe os trabalhos e projetos encomendados por Castro Maya a Portinari. E, por último, o núcleo Amigo é composto por fotos, documentos  e correspondências que testemunham as afinidades que uniram Cândido Portinari à Castro Maya. 


VÁ LÁ | Exposição Portinari na Coleção Castro Maya
Palácio Anchieta | Praça João Clímaco - Cidade Alta - Vitória
Terças às sextas das 09h às 17h 
Sábados, domingos e feriados de 09 às 16h
Até 15 de dezembro de 2013
PARA SABER MAIS | www.premium.srv.br
OBRA | O Menino com pião | Portinari, óleo sobre tela. 

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