Powered By Blogger

8 de setembro de 2011

COM 460 ANOS, O PALÁCIO ANCHIETA, SEDE DO GOVERNO CAPIXABA, REVELA AOS VISITANTES A MEMÓRIA DA HISTÓRIA POLÍTICA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO


Localizado na Cidade Alta, de frente para a baía de Vitória, o Palácio Anchieta é um dos mais significativos símbolos da identidade histórica do Estado do Espírito Santo. Sua construção teve início em 1551, por obra do missionário jesuíta, Afonso Brás. Ao longo de mais de quatro séculos o conjunto arquitetônico passou por várias modificações, totalizando 196 anos de obras que estabeleceram as bases do atual prédio, testemunho de importantes acontecimentos da cena política do Estado. A mais recente restauração foi concluída no ano de 2009 e teve como objetivo garantir a preservação do patrimônio construído, por meio da resolução de problemas estruturais e do ajuste do edifício a novos usos. Nesse sentido procurou-se garantir a longevidade do legado histórico-cultural, incluindo a recuperação de aspectos construtivos, bem como o uso do Palácio como espaço para exposições e eventos.

Nos trabalhos de restauro foram descobertos inúmeros vestígios relevantes para a história do prédio. Durante a visitação, os principais resquícios que estão disponíveis para contemplação são: as fundações do Colégio Jesuítico, o altar-mor (cômodo remanescente da Igreja de São Tiago onde se mantêm a lápide original do túmulo simbólico do Padre Anchieta), a configuração primitiva do pátio central, o poço d’água e o altar lateral da Igreja de São Tiago.

A visitação é iniciada no pavimento térreo que conta um pouco da trajetória construtiva do palácio (destaque para o pórtico de entrada com vista para o Porto de Vitória). Na Sala de História e Memória há a exibição de um vídeo que conta a trajetória do Espírito Santo em conexão com as reminiscências memorativas do Palácio Anchieta. No primeiro pavimento, o visitante pode contemplar painéis informativos acerca das diversas fases históricas da construção e os detalhes das obras de restauração, por meio da exposição de vestígios que esclarecem as técnicas construtivas das condições do solo onde se ergueu o colégio e a Igreja de São Tiago. No segundo pavimento, encontram-se os diversos ambientes utilizados diretamente pela governadoria, como o Gabinete do Governador, Salão Nobre, Salão Dourado, Salão de Banquete (também conhecido como Salão Negro), Salão Inglês, Salão do Piano, Salão São Tiago, além do vasto acervo artístico-cultural composto por obras de Homero Massena, Levino Fanzeres, Álvaro Conde, Theodoro de Bona, Georges Wanbach, Aníbal Matos, Décio Villares, Bustamante Sá e Victorio Gobbis. Ao final da visita tem-se a sensação de que mais do que acumular suas inúmeras restaurações, o Palácio Anchieta representa um significativo simbolismo da história do Estado do Espírito Santo – daquilo que somos. Contemplando os vestígios do passado tem-se a possibilidade de se realizar um resgate da memória histórica desse belo patrimônio histórico-cultural, (re)pensar o presente, abrindo espaço para os próximos passos a serem percorridos pelo povo capixaba.

VISITAÇÃO
Gratuita | De terça a sexta: 9 às 17h | Sábado: 10 às 17h | Domingo: 10 às 16h
Agendamento: De segunda a sexta, das 8 às 18h, pelo telefone (27) 3636-1032 ou e-mail agendamento@seg.es.gov.br

LINK | http://www.youtube.com/watch?v=pBhPIsRcef8

DICAS
1. Sugere-se o uso de agasalhos, pois o ambiente é climatizado.
2. Se possível opte pelas visitas realizadas nos finais de semana que permitem ao visitante percorrer os ambientes do primeiro e segundo andares do conjunto arquitetônico, incluindo o gabinete utilizado pelo governador do Estado.
3. Sugere-se o uso de sapatos confortáveis para melhor acomodação das sapatilhas descartáveis cedidas aos visitantes para o acesso aos salões do segundo pavimento da edificação.
4. Tempo do circuito: de terça a sexta a visita tem a duração de 40 minutos. Aos sábados e domingos o tempo de visitação é de aproximadamente 1 hora e 30 minutos.
5. É permitido o uso de equipamento fotográfico (sem o uso do flash).
6. Acessibilidade: pessoas com deficiência ou com dificuldades de locomoção contam com acesso por meio de rampas e elevadores.

PARA SABER MAIS | Leia o livro Palácio Anchieta: Patrimônio Capixaba, de autoria do jornalista e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), José Antônio Martinuzzo, editado no ano de 2009 e disponível no site www.palacioanchieta.es.gov.br. A obra traz informações essenciais acerca do palácio e dos determinantes político-econômicos e culturais que moldaram as várias configurações ao longo de seus mais de quatro séculos de existência. Nas palavras do autor: “O tempo é uma ausência. Chegou, já passou – e o movimento não cessa. O tempo é uma presença. Passa, mas fica – deixa heranças. invisível, pode riscar memórias profundas. Intocável, alcança a tudo e a todos. Com seu toque, molda paisagens, construções, destruições, experiências. Ergue e desmonta. Transtorna perspectivas. Marca. Falar de um prédio histórico é falar do tempo – dos vários tempos que o esculpiram. Do tempo que construiu, destruiu, reconstruiu. Do tempo que faz, refaz e refará – intermitentemente. Do tempo que opera pelas mãos dos homens, que orienta pelos anseios e crenças da cultura, que determina pelos interesses da economia e que governa pelos braços da política. Do tempo que se materializa em gerações e que define eras em intervalos de existências. O tempo é puro paradoxo. É ausência e presença. É concreto e simbólico. É passado, presente e futuro. Passou, passa, está passando, passará, deixando suas marcas. Nessa direção, este livro traz o perfil de um prédio de fundações e paredes quatrocentonas, mas que abriga e expõe marcas de tempos vários, materializados em mais de quatro séculos de experiência histórica. O atual Palácio Anchieta acumula entranhas e feições de diversos tempos vividos, numa vocação ou mesmo condição inelutável, realçadas pela restauração iniciada em 2004, sob os auspícios do governo do Estado do Espírito Santo. Como se verá nesta publicação, motivada pela conclusão das obras de restauro, o tempo presente não deixou de dar o seu toque, mas foi generoso com os tempos que passaram, descobrindo as marcas dos tempos do antes de hoje”.

2 comentários: