A irreverência metafórica que marca as composições de Cazuza esteve presente na noite do dia 20 de janeiro, no palco do Teatro Carlos Gomes, quando artistas da cena capixaba apresentaram um belo tributo ao cantor. Com 100% da renda do espetáculo revertida em prol de entidades sensíveis a causa da AIDS, o ponto alto do show foi a apresentação envolvente de Carlos Papel, que cantou uma das mais belas composições do artista, Pro dia nascer feliz. Marcada por um arranjo diferenciado, a canção Bete Balanço, apresentada por Alexandre Lima, assinalou outro momento de destaque da noite. Wlad Castiglione respondeu pela excelente iluminação do espetáculo, que contou ainda com a apresentação de bailarinos do Grupo Negraô e com a sensibilidade do Maestro Cláudio Modesto, que interpretou a canção Um trem para as estrelas. Considerando que a maioria das músicas apresentadas no show possibilitou manifestações mais acaloradas da platéia, entendo ser oportuno que os próximos espetáculos, sob esse viés, sejam idealizados para ocorrer em espaços que oportunizem uma maior interação com o público.
UM CANTO SOLIDÁRIO: TRIBUTO A CAZUZA – Espetáculo musical com apresentações de artistas capixabas. Realização UNIMUS.
ARTISTAS CONVIDADOS: Aguilar, Alexandre Lima, Andréa Ramos, Ângela Jackson, Beto Alcântara, Bharol, Carlos Papel, Charran, Cláudio Modesto, Edésio Fraga, Eduardo Rosa, Elaine Rowena, Eugênio Goulart, Fabian Ifrikan, Grupo Nagô, Gustavo Macaco, Hudson Braga, Janda Alcântara, Jandyra Abranches, Jonathan Zanchetta, Juca Magalhães, Jura Fernandes, Kakalo Kamaly, Marcela Lobbo, Marcos de Castro, Mc Adikto, Paulo Fernandes, Renato Casanova, Renato Santos, Vera Da Matta, Xuxinha e Warraru.
PROGRAMA MUSICAL: Exagerado; Subproduto do rock; Todo amor que houver nessa vida; Maior abandonado; Faz parte do meu show; Codinome Beija Flor; Blues da Piedade; Ideologia; Eu queria ter uma bomba; Pro dia nascer feliz; Burguesia; O tempo não pára; Um trem para as estrelas; Preciso dizer que te amo; Bete Balanço; Malandragem; Brasil.
O TEMPO NÃO PARA
Cazuza | Arnaldo Brandão
Disparo contra o sol
Sou forte, sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou um cara.
Sou forte, sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou um cara.
Cansado de correr
Na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara.
Na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara.
Mas se você achar
Que eu tô derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não para.
Que eu tô derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não para.
Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta.
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta.
A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não para.
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não para.
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para
Não para, não, não para.
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para
Não para, não, não para.
Eu não tenho data pra comemorar
Às vezes os meus dias são de par em par
Procurando uma agulha num palheiro.
Às vezes os meus dias são de par em par
Procurando uma agulha num palheiro.
Nas noites de frio é melhor nem nascer
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer
E assim nos tornamos brasileiros.
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer
E assim nos tornamos brasileiros.
Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro.
Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro.
A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não para.
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não para.
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para
Não para, não, não para.
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para
Não para, não, não para.
Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta.
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta.
A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não para.
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não para.
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para
Não para, não, não para.
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para
Não para, não, não para.
Amiga, você escreve com uma sensibilidade que dá vontade do seu leitor ir ao evento que descreve.
ResponderExcluirAmei demais, Cazuza!
Meu Maestro Cláudio Modesto é bommmmm demais, não é mesmo?? Vc vê aquele homenzarrão e nunca imagina a docilidade da voz... Beijitos
ResponderExcluirDe fato o texto de Mônica traduz com beleza o talento e a emoção dos artistas capixabas no Tributo a Cazuza.
ResponderExcluirE ainda não fui "ver' Tarsila...rs.
Um abraço!!